Adormecido, sentia como se repentinamente eu tivesse despertado, abruptamente me acordassem, a dormência de uma realidade que não me pertencia totalmente. Não, eu não me arrependo, me entreguei totalmente e fui devoto a um momento que em outra realidade, eu talvez não tivesse suportado.

Mas agora estou partindo de volta para casa, sempre há tempo de reconstruir nossos trilhos e traçar nossa jornada, que inevitavelmente vai nos levar a quem somos.

E a sensação de poder criar novos caminhos com o desconhecido traz uma leve euforia no meu peito, um frio na barriga e aquela vontade, antes esquecida, de desbravar o desconhecido.

Agora eu percebo, as tantas histórias que nos contamos e acabamos acreditando, pretextos equivocados de quem poderíamos nos tornar, verdades que não são nossas e nos levam a caminhos tortuosos, uma ilusão calorosa e que me acolheu de braços abertos.

Mas não deixe de tentar, não deixe de viver, todas essas histórias criarão caminhos para horizontes nunca antes vistos, nunca imaginados e essas vivências todas que nos tornaram o que somos hoje, um aglomerado de ideias, vontades e emoções.

Sem tempo a perder vamos caminhar juntos, contar novas histórias e ouvir relatos inesperados, pegue minha mão e me leve para onde eu pertenço, cheio de memórias e sonhos que eu havia ignorado, jogados pelos caminhos que um dia atravessei.

Quero encontrar tudo, explorar o infinito, sem correntes, me libertando de meus obstáculos, atravessando minhas muralhas, sendo tudo aquilo que eu nunca mais quero perder e que eu nunca consegui ser.

Vou encarar o espelho, tudo aquilo que sou, fui e nunca consegui ser. Desbravar o desconhecido e finalmente criar um mundo de novos caminhos para trilhar.