Começar

Ao nascer do sol, o Lobo vagava sozinho em seu habitat. Ele morava nos destroços de um circo abandonado, rodeado por uma floresta. E em seu pequeno reino ele aguardava. Repentinamente o conhecido Guaxinim se aproximou, com algo em suas pequenas mãos. Ele as estendeu, como uma oferenda ao Lobo.

“Guaxinim, guaxinim, o que trazes para mim?
Lhe trago uma canção, para tocar seu coração”

O Lobo observou com surpresa, em suas mãos estava um pequeno instrumento.

“Oh adorável pequenino, direi com muito pesar.
Mas este canino, nada sabe tocar.”

O Guaxinim recuou suas mãos e abraçou o instrumento com grande afago e um olhar carinhoso.

“Não seja acanhado, pois tocarei ao seu lado.
Com grande louvor, uma canção sobre meu amor.”

Deslumbrado o canino observava com apreço. A melodia ecoava no velho circo como um feitiço.

“Oh belo lobo, assim me deixas bobo.
E a mercê de seu galanteio, foi-se todo meu receio.

Seus olhos me encantaram, lhes apreciei desde que os vi.
E minhas emoções dançaram, no dia em que o ouvi.”

O Lobo se sentiu parte da melodia, como se a houvesse escutado desde que nasceu.

“Querido Guaxinim, venha para mim.
Estou aqui a te querer, eu amei te conhecer.

Minha solidão me tomou, as cores começaram a se dispersar.
Mas você me ajudou, me ensinou a enxergar.”

Ele continuava tocando sua melodia, seus olhos marejaram com um olhar contemplador. E juntos eles cantaram.

“As cores radiam no horizonte, o sol brilha de uma forma que não sei explicar.
Entre eu e você nós construímos uma ponte, para juntos apreciar a luz do luar.

Nos completamos como o mar e terra, aqui não há guerra.
Nos apreciamos com tamanho apreço, pois teu interior eu conheço.

E a vida não se resume a um amor profundo, mas junto dele te ofereço todo respeito que você merece nesse mundo”