Começar

O coração batia, batidas fortes contra seu peito com a nostalgia de algo que nunca viveu. Queria ali estar, em um momento desconectado do agora, em um momento que nunca teve a oportunidade de viver, e ainda assim, sentia saudades.

Sua respiração se tornava um suspiro, quando pensava sobre tudo o que foi perdido em um horizonte que outrora, esteve ali. Não era como se quisesse muito, o simples lhe satisfazia. Oh, se apenas o simples pudesse ser tão palpável quanto o agora, estaria mais completo. Parecia tão inalcançável quanto todas aquelas histórias que sentia saudades de poder ter vivido.

O sabor doce do chocolate lhe acalmava, o suspiro agora brando podia se dissipar em alegria, ah, doce milka. Ou em outro momento quando explodia os sabores do pistache em sua boca, podia se perder no doce sabor do sorvete.

Ah! O doce, tão doce quanto o amor, sereno e saboroso, acolhedor e reconfortante, gostaria de sentir essa sensação horas a fio. Não sabia se agora era a hora, se o outro poderia te oferecer tanto esse calor brando que seu corpo merece, e seu corpo estremece. Ao imaginar que poderia caminhar em um conto de fadas intocável e nunca antes visto, se deixava levar.

Saudades, do que não se viveu, do que não consegue se viver agora. Nunca pediu demais, só queria um afago. Se perder em seus contos e suas melodias, suas promessas de amor. Seria então saudade de um momento que sempre soube que iria acontecer? Estaria, aqui, aguardando ser tomado por uma história sua que nunca o haviam contado?

Caminha cabisbaixo, sem olhar para frente, a solitude parece lhe completar agora. Se entender, para assim, enfim, estar com você. Você que queria tanto estar aqui, me tomar e me abraçar, me segurar em seus braços e fazer desse momento, o meu refúgio. Oh, doce vida, muitas vezes amarga com a realidade que nos acomete, deixe de lhe impedir de viver aquilo, lhe solte de suas amarras e o liberte.

Voe, até o horizonte que nunca conheceu, se perca nessa nova história e lhe deixe estar com você.