Aumente a música essa noite, deixe ser inundado pelo desconhecido, tomado pelo que não se entende. A solidão, o amor, a saudade e a ausência. Pensamentos e emoções colidindo entre si sem sentido, questões nunca respondidas, verdades não descobertas.

Seria então, a ausência da razão que faria isso tudo fazer sentido? Ou sentido algum existe ao nosso alcance? No mistério de se viver, segue sem saber o que encontrar. Aprende-se por um segundo e logo em seguida perde-se novamente em si mesmo.

As sombras da noite o assombraram com pequenas agressões nunca imaginadas antes.
A era de ouro lhe trouxe nostalgia, sentia falta de algo que não poderia estar mais lá.
A morte do amor foi selada pelo silêncio da meia noite.

O lobo se foi, como a memória de uma vida distante, a lua ele nunca mais será.
O cervo lhe presenteou com um grande apreço, preservado pelas suas vivências.
Enquanto o guaxinim seguiu seu caminho, nunca mais voltou.

O memorial foi um marco, nunca mais esquecido, como poderia esquecer?
Em seu descobrimento, nada foi realmente descoberto, com grandes incertezas.
A atmosfera de si mesmo parecia tamanha, impossível de conter dentro de seu corpo.
E na imensidão de si mesmo, ouvia o ecoar de uma breve canção sobre o apreço.

A saudade de um carnaval nunca vivido ressoava como um eterno kamikaze.
Os holofotes eram fortes demais e se encontrou imerso em suas lembranças.
As gotículas não paravam de cair, enquanto lembrava de sua serena existência.

Momentos que viveu, borboletas na barriga que não estavam mais ali.
O tesouro por trás de seus olhos às vezes se soterrava ao presenciar a doce realidade.
Ele lembra, nunca se esqueceu e em seus eternos devaneios se perdeu.

A vida se foi, sem nunca mais voltar, perdida no labirinto do fauno guardado por sereias e leões.
Só queria voar para onde quisesse, buscando o lar que pensava um dia ter encontrado.
No palco de sua vida ele atuou incessavelmente, celebrando sua condenada divindade.

O que sente agora é o doce na boca, o desejo iminente de senti-lo novamente.
Um dia cacau, hoje chocolate, quero entrelaçar-me em você até meu último suspiro.
Emoções iminentes, pensamentos desenfreados, aqui jaz tudo que fui até hoje.