Começar

Sinto a tristeza que é contemplar sua partida, quando o que avisto em você é a personificação de uma pessoa que idealizei compartilhar a vida.
Enquanto escuto as nossas músicas no repeat, relembrando de momentos gloriosos que vivemos, me pego segurando com muita força o que sinto por você.
E junto de você, também me apego a emoção que eu resguardo com tanto afinco dentro de meu coração, o medo se transborda e se expressa não só pela sua eventual ausência física, mas a ausência de não sentir mais você aqui.
Então volto a me sentir só.

Eu estive esse tempo todo focado demais em ser seu para conseguir me doar para outra pessoa, e nesse constante pertencimento, me aflige não saber se você um dia vai querer ser meu também. Será que eu realmente quero saber?
E no meio do turbilhão que minha mente se encontra, no redemoinho em que meu coração se perde, só tento ter esperanças de que você escolha ficar.
E para estar com você, talvez eu tenha que te deixar ir, pra que assim, você escolha finalmente estar comigo.

E nessa despedida onde permaneço no mesmo lugar, imóvel e sem conseguir partir, eu somente observo, não sei o que fazer e na incapacidade de saber o que dizer, eu espero.
Minha imaginação me transporta para milhares de situações que possam existir e nesse multiverso paralelo eu me perco. Só resta me entregar ao mundo, ao desconhecido e deixar a inércia me levar. Lágrimas escorrem de meu rosto, enquanto penso no desfecho que minhas decisões podem causar. Será que eu realmente quero saber?

Bem, talvez tentando me libertar, no horizonte eu encontre você.